Eu quero comer carne: Um pouco do cinema nacional dos anos 80

O filme que eu queria falar mesmo é o Marvada carne, que junto a mais dois filmes apresentados no decorrer do artigo, mostram um pouco do Brasil que não vemos – e nem se via – nas novelas. Esse, por exemplo, é um grande causo contado na primeira pessoa por Nhô Quim, cujo maior sonho era comer carne de boi. As situações são muito engraçadas como o seu encontro com o Curupira e algumas outras figuras do nosso folclore. Além, é claro, da promessa que Santo Antônio deveria cumprir para arranjar um marido para Carula. Curtam e se deliciem com esse Brasil que parece não existir mais. São 8 vídeos, e cada um tem cerca de 10 minutos. Vale a pena.

 

 

Sinopse

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A Marvada Carne é um filme de 1985, produzido por Cláudio Kanhs, da Tatu Filmes, dirigido por André Klotzel e estrelado por Fernanda Torres, Adilson Barros e Regina Casé. Ganhou onze prêmios no Festival de Gramado, no mesmo ano em que foi lançado, incluindo Melhor Filme pelo Júri Oficial e pelo Júri Popular. A Marvada Carne é uma comédia que mostra as hilariantes aventuras de Carula (Fernanda Torres, num papel inesquecível), uma garota simples, do interior, que tem um grande sonho na vida: casar-se. E para isso ela está disposta a tudo.  (Youtube, Canal Enico171)

 

Um pouco de memória

Que o cinema nacional está em franca ascensão ninguém duvida. Alguns filmes nacionais se tornaram verdadeiros blockbusters, como os cadernos culturais e críticos de cinema gostam de anunciar. Porém, na década de 1980, quando o nosso cinema meio que agonizava, surgiram algumas produções escassas mas significantes em que alguns filmes marcaram como, por exemplo, Gaijin – Os caminhos da liberdade, da cineasta Tizuka Yamazaki, em que reconta a imigração japonesa no Brasil, no início do século XX. Um outro filme também marcante foi O homem que virou suco, de João Batista de Andrade, que conta a história de um retirante que chega a São Paulo.

Nessa época, boa parte da produção cinematográfica era destinada ao mercado das pornochanchadas, o que garantia faturamento para as salas de cinema até que alguma igreja evangélica comprasse o imóvel e o transformasse em um templo. Isso aconteceu de forma quase imperceptível com algumas salas de cinema tradicionais como Santa Alice (Engenho Novo), Baronesa, na Praça Seca (Jacarepaguá) e o Carioca, na Praça Saens Peña (Tijuca).

Conheça mais o cinema brasileiro. Meu cinema brasileiro.

Ruas com nomes de escritores I

Rua Machado de Assis em várias cidades brasileiras.

Este é um novo projeto do Recanto das Palavras, as ruas, avenidas e praças de várias cidades do Brasil que levam nomes de escritores famosos. Como não poderia deixar de ser, aquele que inaugura a série é Machado de Assis, que ano passado completou 100 anos de morte e pelo Brasil inteiro, e também no exterior, recebeu homenagens por ser considerado o maior de todos os nossos escritores.

rpamachado Clique sobre o mapa para ampliar

A busca se limitou a 10 cidades por ítem, para que não sobrecarregar a paciência dos leitores e também deste que vos escreve. Se na cidade há uma ou várias ruas com o nome de Machado de Assis e esta não foi citada no mapa em questão, será um prazer receber sua colaboração para que a mesma seja relacionada. Se quiser, também pode mandar uma foto da rua. Também é interessante se você tiver alguma informação pitoresca sobre a rua como, por exemplo, não haver uma livraria sequer na rua que leva o nome do autor.

As cidades que tiveram uma Rua Machado de Assis listada são:

  • Balneário Gaivota (SC)
  • Uberlândia (MG)
  • Sarandi (PR)
  • Barreiras (BA)
  • Bauru (SP)
  • Caxias do Sul (RS)
  • Aparecida de Goiânia (GO)
  • Luiziânia (GO)
  • Ponta Grossa (PR)
  • Capivari de Baixo (SC)

As cidades que tiveram uma Avenida Machado de Assis listada são:

  • Alta Floresta do D´oeste (RO)
  • Juazeiro (BA)
  • Quirinópolis (GO)
  • Paraíso do Tocantins (TO)
  • Cristalina (GO)
  • São Sebastião (SP)
  • Alfenas (MG)
  • Parobé (RS)
  • Itabira (MG)
  • Gurupi (TO)

Ao que parece, há apenas uma praça no Brasil com o nome do fundador da Academia Brasileira de Letras . Fica em Recife (PE), no bairro Boa Vista.

Um fato interessante é sobre a cidade de Luiziânia, em Goiás, que concentra, talvez, uma verdadeira Academia Brasileira de Letras em suas ruas. Transversais, esquinas, paralelas há diversas ruas com nome de escritores como Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Rubem Braga, Cecilia Meireles, Santiago Dantas, Humberto de Campos, Afonso Arinos, Augusto dos Anjos, Euclides da Cunha, Castro Alves, José de Alencar, Olavo Bilac, Gregório de Matos, Raquel de Queiroz entre outros. De quebra ainda tem, nas proximidades, a Rua Ataulfo Alves, o compositor de Amélia. Confira no mapa e encontre as ruas.

Dizem que o Brasil é um país sem memória e que não presta homenagens a seus heróis e vultos importantes da nossa cultura. Acredito que não seja bem por aí o problema. Uma das formas de tornar pessoas já mortas, um pouco mais conhecidas pelas gerações posteriores é nomear uma rua em homenagem a essa pessoa. Cabe apenas aos prefeitos, como se faz em algumas aqui do Rio de Janeiro, colocar alguns dados biográficos na placa. De repente, vale até um passeio por algumas ruas para conhecer os seus "patronos".

Veja os posts:

Acordo Ortográfico 2009: Guia para não esquecer

Baixe um guia em formato .pdf com as novas regras ortográficas no portal G1. Há um link no artigo “Confira o guia rápido das mudanças da reforma ortográfica”.

A partir do dia 1º de janeiro de 2009 passa a valer o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa. Todos nós sabemos que algumas modificações sutis, porém, importantes deverão ser feitas e, como todo blogueiro que se preza, a primeira preocupação para que seu blog possa ter qualidade é o bom uso do idioma.

Mesmo que a ortografia atual possa ser usada até 2012, já é bacana começar a se acostumar em escrever “leem” em vez de “lêem”, por exemplo, para indicar quantas pessoas leram artigos em seus blogs.

O jogo só vai acabar quando o meu time empatar

Brazil, Land of Soccer © Fabio Polenghi/Corbis

Lendo um artigo sobre um árbitro de futebol que anulou um gol de pênalti, o que é impossível, mas aconteceu, eu me lembrei dos tempos de adolescente quando na rua em que eu morava jogávamos futebol num campinho de pelada.

Antigamente, campo de pelada existia aos montes e nas proximidades onde eu morei havia vários. Um deles era em declive. Não dá pra acreditar, certo? Mas era assim mesmo. O time que jogava pra baixo tinha uma certa vantagem e seus ataques eram mais velozes e o que jogava para cima demorava para chegar ao gol adversário, mas mesmo assim nas tardes de domingo as peladas eram bastante disputadas.

O campo onde nós jogávamos era conhecido como o Campo do Toco. Uma árvore velha foi queimada – alguns dizem por um raio – só que foi porque já estava velha e podre mesmo. O tronco virou um banco que ficava na lateral e ali cabiam uns quatro ou cinco “torcedores”. Até que nosso time era bom. Eu jogava na defesa e só sabia chutar de bico. Logo, eu tinha tudo para ser um zagueiro botinudo.

Certa vez, fomos convidados para jogar num bairro distante, tanto que era preciso tomar trem, fazer baldeação e tomar um ônibus para chegar lá. Éramos um bando de adolescentes entre quatorze e dezessete anos indo jogar futebol num lugar que nem conhecíamos.

Algazarra e gargalhadas em quantidades generosas até que, ao tomarmos o ônibus, isto já na parte final da aventura de ida, a cada parada num ponto, o Mario, que jogava bem pra caramba, mas em sua boca o time estava desfalcado dos atacantes, digo, incisivos e mantinha apenas os dois pontas bem abertos, quer dizer, apenas os caninos apareciam quando ela sorria, resolvia mexer com as meninas que por ventura estivessem esperando a condução. Numa dessas paradas ele fez psiu! e aquele silvo que é produzido quando os lábios se unem e puxamos o ar. Mais ou menos parecido com a forma que o condutor de uma charrete faz para o cavalo começar a andar.

Ele fez isto para duas meninas e… sorriu!  As meninas viram o sorriso desfalcado e prontamente fizeram um sinal passando o indicador pelos dentes e depois o sinal de não com o mesmo indicador. Deram uma gargalhada em seguida e nós as seguimos nesta gargalhada. Até chegarmos ao campo do adversário, o Mario não sorriu mais e nem mexeu com ninguém.

Chegamos, trocamos de roupa e vestimos o uniforme. Apenas um calção e uma camiseta de malha. Um dos caras do time adversário, e que fizera o convite, foi até nós e foi logo avisando que o time dele estava invicto a várias partidas. Não demos bola. Nosso negócio era jogar bola.

A nossa escalação e mais a “comissão técnica” era uma festa de apelidos. A nossa comissão técnica era composta por um único profissional, que também era o nosso goleiro, o Aqui-tá-raso-aqui-tá-fundo. Ele tinha uma perna menor que a outra. Agora, parte da escalação do selecionado do Toco Futebol Clube: Nando Cebolinha, pois falava igual ao personagem dos quadrinhos, trocando as letras. Além dele, Ratinho, seu primo, que parecia um ratinho mesmo. Jacaré, Codorna e Pe(eeee)dro. A vogal “e” deveria ser dita com a voz rouca, imitando a da sua avó, quando o chamava diariamente ao fim da tarde para ir tomar banho. Todos esses foram da minha sala na escola. Estudamos juntos da 3ª. a 8ª. Séries. Outros que completavam o scretch eram Bigu, Sarará, Zé Maluco, Mario (banguela) e Tico. Havia outros craques como Maurício Cabeludo e o Sérgio Três por mil, isso porque diziam que ele vendia cuecas na feira usando o seguinte bordão: “É TRÊS POR MIL! É TRÊS POR MIL! Vai levar pro maridão, freguesa?” Abreviamos o apelido para Cueca mesmo.

Terminamos o primeiro tempo com o placar favorável de 2 x 0. E o segundo tempo foi moleza. Os caras só levando vareio de bola. E como jogador brasileiro que se preza, prefere dar olé a fazer mais gols, ficamos tocando bola e fazendo firulas. Ora, os caras não perdiam jogos há não sei quanto tempo, certo? 

Não posso precisar em que altura do jogo estávamos, mas deveria faltar uns dez minutos para acabar quando o “técnico” do time adversário se levanta do banco, ou melhor, do barranco que ficava na lateral e grita para todo mundo ouvir:

O JOGO SÓ VAI ACABÁ QUANO O MEU TIME IMPATÁ!!!

Imagine que você está num lugar em que não conhece ninguém, o campo está cercado pela torcida adversária, o time dos caras perdendo, prestes a deixar para trás a suposta invencibilidade e você ouve uma frase como essa? O que você faria? Sim, isso mesmo. Você deixaria os caras empatarem, pois ninguém ali estava afim de levar uns cascudos só porque vencera um jogo.

Sabe qual foi o placar? Não?!… 3 x 2 para os caras. Tomamos três gols em dez minutos.

Agora dá pra você entender, ou tentar entender, os motivos que levam um juiz de futebol a inventar uma regra que é capaz de anular um gol de pênalti.

Maior Prêmio Literário do Brasil

Escritores consagrados e também estreantes podem concorrer ao Prêmio São Paulo de Literatura, que pagará R$ 200 mil para o melhor livro de ficção do ano e também mais R$ 200 mil para escritores estreantes na área de ficção.

Os prêmios serão dados a autores brasileiros que tiveram seus livros lançados ano passado.

O resultado sai no dia 23 de novembro de 2008.

Leia mais aqui.