O que você fez ou fará até os 33 anos?

Muitas coisas, é claro. Mesmo que o conceito de “coisas” seja vago e incerto e englobe acertos e erros, nós produzimos algo. Muitos nem chegaram a essa idade e partiram dessa para a melhor, mas deixaram algumas marcas. Como exemplo, aqui mesmo no Recanto das Palavras, há um artigo sobre os roqueiros que morreram exatamente aos 27 anos. [Leia o artigo Os Roqueiros Morrem aos 27 anos]

Dando uma vista d’olhos em sites de museus, descobri uma exposição – e também o livro sobre a exposição – que se chama Younger than Jesus (algo como “Tão jovem quanto Jesus”), que apresenta as obras de cerca de 500 artistas nascidos a partir de 1976 e, que, parecem prometer novos ares nas Artes Visuais.

youngerthan 

Noel Rosa, que não era roqueiro, até poderia ser incluído na categoria da genialidade que findou antes dos 33. Morreu com 26 e poucos anos. Robert Johnson, aquele que fez um pacto com o Kpta numa encruzilhada, para tocar blues e, segundo diz a lenda, foi esfaqueado por um marido traído, ou envenenado ao tomar birita de garrafa já aberta, morreu aos 28 anos.

A idade de 33 anos é a emblemática “idade da razão”, inspirada, talvez, na idade em que Jesus Cristo morreu. Engraçado que, entre os 12 e os 30 anos, ninguém sabe o que ele fez. Porém, seu período mais produtivo foi entre os 30 e os 33 anos. Abaixo é apresentada uma tabela com alguns gênios que criaram coisas importantes antes dos 33 anos.

A Idade da Razão. Fonte [Superinteressante]

Albert Einstein
(1879-1955)

Formula a teoria da relatividade

IDADE – 26

Linus Pauling
(1901-1994)

Descobre novas ligações químicas

IDADE – 29

Michael Faraday
(1791-1867)

Inventa o motor elétrico

IDADE – 30

Niels Bohr
(1885-1962)

Cria o modelo do átomo

IDADE – 28

Noam Chomsky
(1928-)

Lança “Estruturas Sintáticas”, obra que revoluciona a lingüística

IDADE – 29

Sigmund Freud
(1856-1939)

Desenvolve rudimentos da psicanálise

IDADE – 30

Werner Heisenberg (1901-1976)

Elabora o princípio da incerteza, uma das leis fundamentais da física quântica

IDADE – 26

César, o Júlio, que foi esfaqueado nos idos de março por seus pares romanos, morria de inveja de Alexandre, o Grande, que conquistara o mundo então conhecido – e um tantinho desconhecido – antes dos 33 anos, idade em que morreu.

Se você plantou uma árvore pelo menos, teve um filho; também pelo menos e escreveu um livro, digamos, pelo menos, tudo isso antes dos 33 anos, você marcou um tento importante na história de sua vida.

Como diz a letra do “Rock da Cachorra”: Deixe na história de sua vida uma notícia nobre. Troque seu cachorro por uma criança pobre.

Raul Seixas virou tese e livro

O autor de Mosca da Sopa, Rock das Aranhas, GhitaMetamorfose Ambulante e tantos outros sucessos que nos acostumamos a escutar nos anos 1970 e 1980 acaba de ser transformado em tese e livro.

A pesquisadora Rosana da Câmara Teixeira estuda a relação entre o mito e seus seguidores. No caso, Raul Seixas (1945-1989) e o universo formado por seus fãs. Leia a matéria na Revista Faperj online.

Toca Raul! É o pedido que todos seus fãs fazem em qualquer show que aconteça do Oiapoque ao Chuí.

Veja a canção Tente Outra Vez no vídeo abaixo. A letra e a melodia são muito bacanas. De quebra ainda pode ler algumas frases que compõem o pensamento de Raul (Raulzito e seus panteras) Seixas.

Os Roqueiros Morrem aos 27

Livro relata e analisa a carreira de vários músicos que morreram aos 27 anos.

Quando eu era guri, lembro de uma propaganda antidrogas que passava na televisão informando que três ídolos do Rock – Jimi Hendrix, Jim Morrison e Janis Joplin –,  morreram jovens aos 27 anos. Morreram em consequência de overdose. Lembrei desse anúncio ao tomar conhecimento do livro The 27s: The Greatest Myth of Rock & Roll, de Eric Segalstad, que passou alguns anos pesquisando sobre essa estranha coincidência que reúne músicos de talento e a morte justamente aos 27 anos, por excessos, desventuras e dramas. O autor até criou um site chamado The 27’s, em que reúne todos esses e outros mitos como Kurt Cobain, por exemplo, que cometeu suicídio há 15 anos. O site é excelente.

slidenprrockClique sobre a imagem para ver um slide show

O autor propõe uma análise para o número 27 que, segundo declarou numa entrevista ao NPR, "É um número estranho", e ainda completa informando que esta seria a idade em que o jovem começa a passagem para uma idade mais madura e, de uma forma que não se pode explicar, eles não conseguem. Nem todos morreram devido aos excessos da conjunção Sexo, Drogas e Rock and Roll. Alguns tiveram morte por acidente ou acontecimentos trágicos, como o do vocalista punk Mia Zapata, assassinado em Seattle, em 1993. Também há alguns casos de roqueiros que não eram exagerados, mas que foram vítimas do negócio do Rock, isto é, agentes e empresários gananciosos que roubaram tudo que podiam e, como no caso Pete Ham do Bandfinger, cometeu suicídio ao se enforcar, devido a uma grande depressão por saber que fora passado para trás.

Nem todos os roqueiros puderam cantar When I´m 64, dos Beatles.

Quando eu ficar mais velho, perdendo meus cabelos
Muitos anos adiante
Você ainda irá me mandar presentes no dia dos namorados,
Saudações no aniversário, garrafa de vinho?
Se eu estiver fora até quinze pras três
Irá trancar a porta?
Você ainda irá precisar de mim, ainda irá me alimentar
Quando eu estiver com sessenta e quatro?

Janis Joplin declarou que "as pessoas gostam de saber que seus ídolos levam uma vida um tanto miserável – ao estilo blues, com muita melancolia -, e isso as faz sentir que expressam seus sentimentos. É uma profissão perigosa".

Ao contrário do que muitos podem pensar, o livro não é um relato deprimente, mas sim uma forma de celebrar o talento desses músicos.

Agora, se você não sabe,um dos nossos maiores gênios musicais, o Noel Rosa, também morreu aos 27 anos, em 1937, vitimado pela tuberculose, devido a sua vida de boemia e amores desafortunados.

Incrível mesmo é o caso do Keith Richards. Ainda está vivo!

* Este artigo foi escrito baseado na tradução feita por mim, da matéria Before I Get Old: ‘The 27s’ Made Early Exits, que saiu no NPR.

Carnaval 2009 – Enredos Bacanas – Império Serrano

O Império Serrano abre o desfile do grupo especial das escolas de samba do Rio de Janeiro, no domingo, dia 22 de fevereiro, a partir das 21h.

E o que Império Serrano faz este ano é novamente trazer este enredo belíssimo, que foi levado à avenida pela primeira vez na década de 1970, contando e cantado num samba antológico que você, muito provavelmente, tomou conhecimento através da gravação feita por Marisa Monte. Note que o andamento da gravação deste ano é um pouco mais acelerado. O samba evoluiu e ficou mais acelerado, mas isto não impede que possamos perceber a poesia e a melodia.

Clique sobre a imagemClique sobre a imagem para ir ao portal do Império Serrano e ouvir o samba-enredo

Caso você não consiga ir ao site do Império Serrano, veja o vídeo com o samba no Youtube.

O mar sempre exerceu sobre o ser humano o sentimento de medo e de fascínio. Sempre permaneceu como um convite à contemplação ou ao impulso para a aventura. Do mar nascem histórias e lendas, mitos que povoaram a imaginação e deram à vida o sentido da beleza, da conquista e do arrebatamento diante do grande mistério. (Márcia Lage, carnavalesca do Império Serrano)

Lenda das Sereias
Vicente/Dionel/Veloso
Oguntê, Marabô
Caiala e Sobá
Oloxum, Ynaê
Janaina e Yemanjá
São rainhas do mar

Mar, misterioso mar
Que vem do horizonte
É o berço das sereias
Lendário e fascinante

Olha o canto da sereia
Ialaó, oquê, ialoá
Em noite de lua cheia
Ouço a sereia cantar
E o luar sorrindo
Então se encanta
Com as doces melodias
Os madrigais vão despertar

Ela mora no mar
Ela brinca na areia
No balanço das ondas
A paz, ela semeia
Ela mora no mar
Ela brinca na areia
No balanço das ondas
A paz, ela semeia

Toda a corte engalanada
Transformando o mar em flor
Vê o Império enamorado
Chegar à morada do amor

Oguntê, Marabô
Caiala e Sobá
Oloxum, Ynaê
Janaina e Yemanjá
São rainhas do mar

Muito provavelmente, em sua infância, você ouviu seus avós contarem histórias e lendas de nosso folclore, aí englobando o de origem nativa e também africana, além da européia e, dentre essas histórias sempre há aquela sobre a mãe das águas, que tanto podem ser dos rios ou dos mares. São as sereias.

Essas figuras mitológicas permeiam todas as culturas em todos os tempos. São citadas na Odisséia, por exemplo, quando os argonautas são obrigados a tapar os ouvidos com cera de abelhas e se amarrarem aos mastros para não cederem aos encantos – e cantos – das sereias.

Elas são representadas como metade mulher e metade peixe, como também, nos primórdios, eram metade mulher e metade ave, as harpias. Vindo mais para a nossa praia, encontramos Iara, a mãe d’água da mitologia indígena e Iemanjá, a senhora das águas da mitologia africana, a quem a maioria dos brasileiros envia oferendas a cada virada de ano.

Deus tocando guitarra

Alguém escreveu num muro de Londres: “Clapton is god“. Portanto… sejamos Claptonmaníacos!

O blues que é tocado em companhia de alguns apóstolos, que atendem pelo nome de Rolling Stones, retirado de um blues do Muddy Waters, é Little Red Rooster, do Willie Dixon.

I have a little red rooster, too lazy to crow for day
I have a little red rooster, too lazy to crow for day
Keep everything in the barnyard, upset in every way

Oh the dogs begin to bark,
and the hound begin to howl
Oh the dogs begin to bark, hound begin to howl
Ooh watch out strange kind people,
Cause little red rooster is on the prowl

If you see my little red rooster, please drag him home
If you see my little red rooster, please drag him home
There ain’t no peace in the barnyard,
Since the little red rooster been gone