Carnaval 2009 – Grupo de acesso: Escolha a campeã

Este ano ocorreu uma mudança e as escolas de samba do Grupo de Acesso (ou Grupo A)  terão seus desfiles organizados pela Lesga – Liga das escolas de samba do grupo de acesso. O desfile será no Sambódromo, no dia 21 de fevereiro, a partir das 21h. A rede CNT fará a transmissão. Lembro que a campeã e a vice desfilarão no Grupo Especial no Carnaval de 2010.

Veja aqui quem foi a campeã do Grupo de Acesso em 2009

Votação encerrada.
Pela escolha dos internautas, a campeã é a União da Ilha. Confira os percentuais.

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4ª Parcial da eleição

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3ª Parcial da eleição

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2ª Parcial da eleição

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1ª Parcial da eleição

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Visite os sites das escolas – A lista está na ordem do desfile

 

Carnaval 2009 – Escolha a campeã

Quem será a campeã do Carnaval 2009 no desfile do Grupo Especial do Rio de Janeiro? Você pode escolher partindo de qualquer critério, sendo que o principal é o coração mesmo.

trofeuzinho1aPelo voto dos internautas, a   Beija-Flor de Nilópolis foi a campeã do Carnaval 2009 do Grupo Especial. Abaixo estão os gráficos da votação.

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Todas as escolas de samba prometem um desfile digno de primeiro lugar. Então, qual é o seu voto?

Veja a ordem alfabética e o dia em que cada escola de samba vai desfilar.

Beija-Flor Domingo
Grande Rio Domingo
Imperatriz Leopoldinense Segunda
Império Serrano Domingo
Mangueira Segunda
Mocidade Independente Domingo
Portela Segunda
Porto da Pedra Segunda
Salgueiro Segunda
Unidos da Tijuca Domingo
Vila Isabel Domingo
Viradouro Segunda

O Brasil vai virar França

Delacroix, A Liberdade guiando o povo (1830, Louvre, Paris) Montagem feita por Jorge Alberto

Até já estou vendo o cenário: a partir do primeiro minuto do primeiro dia de 2009, o Brasil será um pedaço da França. Sim, meus amigos, ano que vem será o Ano da França por aqui. E olha que eles tentaram fundar uma França Antártica ali na enseada de Botafogo e foram expulsos pelo bravo povo lusitano que chegou aqui primeiro e já foi logo dizendo que “em se plantando a terra tudo dá” e nada de olho grande nas índias que, segundo o escrivão da frota cabralina, “viviam com suas vergonhas de fora”.

Você acha que Brasil e França não tem nada a ver? Ah, sim… entendo. Nós adoramos uma Lacanagem(¹). Tomou bronca dos filhos de Asterix devido a vexaminosa ajeitada no meião, né? Pois é… Je aussi. Mas não tem nada não. Eles sempre tiveram uma certa adoração pelo que acontece aqui no lado de baixo da linha do Equador, como aquela idéia meio furada do Bom Selvagem, que o Rousseau propagava aos quatro ventos; e nós, em contrapartida, absorvemos um tantão de sua cultura. Basta ir à rua e olhar uma vitrine. Percebeu? É “vitrine”, uma palavra francesa. Que est-ce que c’est? Se você mora no Rio de Janeiro, dê um passeio pela Avenida Rio Branco, a mais francesa rua do Brasil. O Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional e a Escola Nacional de Belas Artes são prédios, construções, fortemente inspiradas no neoclassicismo francês. Até aquele baixinho que serve estereótipo para todo doido de desenho animado teve importância aqui nestas plagas tupiniquins. Se não fosse por ele, a Família Real Portuguesa não teria dados nos calos sem olhar pra trás em 1808.

Não sei se ainda é válida a afirmação, mas parece que a língua oficial do Itamaraty é o Francês, a língua da diplomacia. Pare seu carro na garagem e certifique-se que tem uma letra “m” na palavra “garage”. E não adianta pronunciar tal qual os comedores de rotidógui. A palavra é francesa, oui?

E como eu já falei lá em cima, vai ser um festival de francesismo. Não haverá escola de samba que se preze que não trará no enredo alguma alusão aos queijos, vinhos, Torre Eiffel, Asterix, Obelix e se bobear, a Marselhesa será levada em ritmo de samba em qualquer esquina. Coisa do tipo. Alózanfan de la patri! Que em brasileiro quer dizer: Vamos lá, rapaziada! Só não garanto que Zidane e o gnomo que um dia foi o inimigo público número 1 dos brasileiros, um tal de Alain Prost, sejam convidados para a festa. Aqui, um parêntese: Nós somos muito cordiais mesmo. Certa vez, numa comemoração de não sei o que sobre o Maracanã, alguém teve a idéia de jerico de convidar o Ghiggia, aquele ponta uruguaio que fez o Brasil inteiro morrer um pouquinho. Pediram ao Nilton Santos, a enciclopédia do futebol, que na Copa de 50 estava no banco, para recebê-lo e dar as boas-vindas. Não é preciso dizer que a mãe do uruguaio foi “elogiada” na resposta negativa a essa tresloucada idéia. “Eu lá vou apertar a mão desse f…”?

Certamente vai ter Richelieu de destaque em alto de carro alegórico e a fantasia será elaborada com papel de embrulho. Ora, ele não foi a eminência parda? Também haverá um carro alegórico com uma enorme banheira para mostrar que Luís XIV, que dizia “L´Etat c´est moi” e se julgava o Rei-Sol, tomará o seu terceiro banho somando vida e pós-vida. Não sabe? Só tomou dois banhos desde o dia em que viu a luz do Sol pela primeira vez até o dia em que bateu as botas. Alas inteiras virão fantasiadas de O Espírito das Leis e uma ala do PT virá declamando trechos do Contrato Social. O carro abre alas terá um baita estandarte avec La Déclaration des droits de l’homme et du citoyen. Adivinhe qual será o estribilho de alguns sambas? Não faz a menor idéia? Muito simples… LIBERTÉ! EGALITÉ! FRATERNITÉ! Ou, quem sabe, uma letra de samba-enredo assim: Lá nas Malvinas,/o Gardel quase botou a Rainha da Inglaterra pra correr/Mandou um monte de Exocet/Um monte de Exocet… Olha o Exocet aí, gente!

Vai ser muito bacana ouvir a Sapucaí inteira berrando estas palavras de ordem e cantando sambas dans le français. Pode até ser que alguma bicha mais afoita queira vir de Maria Antonieta comendo brioches, doida pra colocar seu pescocinho na guilhotina e ter sua cabeça rolando pela Sapucaí. Vai ser a glóóóóória!

E zefiní!

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(¹) – Nos anos 80, a psicanálise ainda rendia polêmicas exaltadas nos jornais, como a que opôs Eduardo Mascarenhas e José Guilherme Merquior, que cunhou o termo “lacanagem” para definir a obra de Lacan. O senhor acha que o tema ainda hoje suscita oposições tão acirradas?

Mezan: Às vezes, sim: uma destas polêmicas foi a pergunta que você fez no começo. Ela implica a idéia de que a psicanálise se situa em algum ponto do gradiente que vai do antiquado ao charlatanesco, aquela idéia de que hoje existem coisas muito melhores, mais eficientes, para tratar os pacientes. Ora, desde os tempos de Freud tem sido assim. Acho que hoje essa crença tem mais peso nos países de língua inglesa. Dada a importância cultural desses países, a idéia acaba se difundindo. Há críticas de uma banalidade e de uma superficialidade desconcertantes. (Renato Mezan em entrevista concedida à Revista Trópico)

Polígono do samba – Origem

O samba como conhecemos hoje teve origem no Rio de Janeiro. Alguns bairros e localidades foram extremamente importantes para a sua afirmação e desenvolvimento como expressão cultural, num primeiro momento de uma parte da sociedade brasileira do início do século XX, os negros recém-libertos e, posteriormente, assumir a forma de expressão da cultura brasileira em grande parte.

No mapa abaixo, você encontrará não apenas informações da geografia do samba, mas também links para conhecer alguns personagens deste primeiro momento do Samba, como Tia Ciata, por exemplo; além de músicos como Pixinguinha, Heitor dos Prazeres e outros mais.

Clique aqui ou sobre o mapa para ampliar.

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Carnaval 2008: Resumo das transmissões.

Fazendo uma comparação das transmissões dos desfiles de Carnaval em 2008, das três emissoras a mais sem sal foi a da Globo, que transmitiu o Grupo Especial. Enquanto que a CNT, que ficou com o desfile do Grupo de Acesso A durante o desfile de sábado, dia 02/02, e a Bandeirantes que transmitiu o desfile das campeãs, no dia 09/02, foram muito mais soltas e com aquela informalidade característica de seus apresentadores e comentaristas, ao contrário da Globo que parece seguir um roteiro rígido que não permite muita mobilidade ou criatividade por parte de seus apresentadores e comentaristas.

Tanto na CNT quanto na Bandeirantes, quando um dos apresentadores ou comentaristas faziam um comentário de algo que não estava aparecendo naquele momento na tela, imediatamente uma câmera ia buscar aquilo que eles falavam. Ou se um deles pedia algo, logo era mostrado para os espectadores. Lógico que uma coisa ou outra dava errado, mas aí entrava a criatividade de quem não precisa dizer “Desculpem a nossa falha”. Por exemplo, um momento que foi até engraçado pela rápida sacada do José Luiz Datena ao perceber que tanto Arlindo Cruz e Milton Cunha falavam da Velha Guarda da Portela e de algumas figuras de proa como Tia Surica, a câmera mostrava a ala dos pingüins, disse “Pô, olhem para o monitor enquanto estão falando. A gente mostrava os pingüins e vocês falando da Tia Surica”. Foi uma gargalhada geral.

E por falar em gargalhada, a principal cena hilariante foi a do repórter da CNT ao entrevistar um destaque, que parecia ser uma modelo e quando respondeu a pergunta sobre qual era seu nome, disse: Wilson… Wilson do Paraná. Todos riram e o repórter ficou marcado por várias brincadeiras.

Ainda no desfile das campeãs, o Datena pareceu conhecer história com uma certa intimidade. Não pisou na bola ao relatar fatos históricos relativos aos enredos. Fez o dever de casa. Houve momentos de verdadeiro êxtase ao falar do Rio de Janeiro.

Não podemos negar que, mesmo com todo espalhafato, Milton Cunha entende do riscado. E o que falar de Arlindo Cruz sendo homenageado pelas escolas que passavam e cantando, com lágrimas nos olhos, o samba que compôs para a Grande Rio enquanto a escola passava em frente a cabine.

Na Globo os comentários foram retilíneos, mesmo que da bancada participassem pessoas do samba como Maria Augusta e Haroldo Costa, ao contrário do que parecia acontecer quando atuavam nas transmissões da antiga TV Manchete.

Dos apresentadores da Globo não se podia esperar muito, mesmo que não tenham cometido gafes calamitosas como outros apresentadores em anos anteriores, o que me chamou atenção foi a “intimidade” que pareciam ter com pessoas das escolas de samba. Era um tal de “Falei com fulano que me disse que a escola viria assim e assado”. Pareciam amigos de infância das pessoas citadas a cada momento. Estar no estúdio fazendo entrevista no ar-condicionado é uma coisa. Ir aos ensaios e participar do processo de feitura de um carnaval é outra bem diferente.

Este ano, a Globo pareceu um pouco mais comedida na apresentação de suas estrelas globais, que só o fez na Grande Rio, escola que parece ser a preferida da emissora do Jardim Botânico.

Achei estranho aquela repórter da Globo que ia aos camarotes em busca de Globais e o sotaque era o famoso “Não estou inteindeindo”. Desculpem os amigos paulistanos, mas bate meio estranho no ouvido. Assim como das duas repórteres da Bandeirantes que se deslumbraram com o camarote de uma cervejaria que tem fábrica ao lado do Sambódromo.

Os repórteres pareciam que não tiveram infância. Todos queriam dar uma voltinha no guindaste. Eu acho que pelo menos cinco, tanto da Globo quanto da Bandeirantes, deram uma voltinha no guindaste e nos mostraram ângulos diferentes da Sapucaí.