Cult Livros: os 50 melhores de todos os tempos

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O jornal inglês Telegraph elaborou uma lista dos 50 cult livros de todos os tempos. Você encontrará no final do artigo a lista com os livros e os títulos das edições feitas no Brasil. Caso não tenha sido traduzido, foi mantido o título original.

Este tipo de lista não é nenhuma novidade, pois quase todo caderno literário vira e mexe traz algo parecido de vez em quando.

O que realmente interessa não é saber quais livros estão na lista, mas os motivos pelos quais as pessoas escolheram este ou aquele livro. A escolha obviamente é sempre subjetiva. Não é uma eleição. É uma indicação que envolve critérios emocionais na maioria das vezes. Tanto que eles justificam as escolhas da seguinte forma:

Nossos críticos apresentam uma lista dos livros cults da história. Alguns são clássicos, outros são catastróficos. Todos, de uma forma ou de outra trazem um fato em comum: o poder de inspirar as pessoas.

Mas o que é realmente um livro cult Foi esta a pergunta que fizeram a si próprios. Também não chegaram a uma conclusão. Qualquer motivo pode ser motivo para que consideremos um livro como cult. As explicação são até engraçadas como, por exemplo, livros que usualmente estão nos bolsos de assassinos 1; livros que você leva muito a sério quanto está com 17 anos, livros com uma conjunção de fatores como autor esquisito e livro com título estranho e também livros que seus filhos jamais terão.

Cult livros podem ser livros que te fazem se encolher de medo, ou livros de coleções mundanas de bolso. Ao mesmo tempo, esta lista inclui livros muitos dos principais textos do feminismo, jornalismo e memórias e também os romances mais hipnotizantes. Livros classificados como cult são atemporais e não são exatamente best-sellers, até diferem destes, mesmo que alguns tenham sido como “Os Insaciáveis”, de Harold Robbins ou “Zen e a Arte de Pilotar Uma Motocicleta”, de Robert Pirsig.

Nem sempre um cult livro foi aquele que trouxe idéias novas como “A Origem das Espécies”, mas “Assim Falou Zaratustra” se tornou cult. Você pode colocar a questão relativo aos livros das grandes religiões e também serem considerados como cult. Segundo os analistas, a Bíblia e o Corão não mudaram a vida de uma pessoa, mas de uma grupo de pessoas. Por isso não podem ser considerados cult, assim como “O Manifesto do Partido Comunista”, que está na mesma classificação dos dois grandes livros religiosos, isto é, mudaram a vida de uma coletividade, mas não a vida de uma única pessoa.

Nesta compilação, segundo os autores, eles foram em busca de livros que praticamente moldaram a vida de uma pessoa, ou de acordo com suas palavras “um tipo de livro que as pessoas usam como uma jaqueta ou os vêem como um totem”. O livro cult é aquele que “conversa” com a sua cabeça ou que faz a sua cabeça, que te faz sentir vontade de ir à Grécia, te faz sonhar ser pacifista, que te faz saber a forma de pensar sobre si próprio entre outras formas de encarar a si perante o mundo.

Em um ponto os analistas chegaram a um consenso, isto é, é você quem percebe que um livro é um cult livro.

A seguir a lista dos 50 Cult Livros elaborada pelo Daily Telegraph:

Matadouro 5 (Salughterhouse – 5) – Kurt Vonnegut (1969)
Quarteto de Alexandria, O (The Alexandria Quarte) – Lawrence Durrel (1957/60)
Às Avessas (A Rebours) – J.K. Huysmans (1884)
Baby and Child Care  Dr. Benjamin Spock (1946)
Mito da Beleza, O (The Beauty Myth) – Naomi Wolf (1991)
Redoma de Vidro, A (The Bell Jar) – Sylvia Plath (1963)
Ardil 22 (Catch-22)
– Joseph Heller (1961)
Apanhador no Campo de Centeio, O (The Catcher in the Rye)
– JD Salinger (1951)
Profecia Celestina, A (The Celestine Prophecy
) – James Redfield (1993)
Homem dos Dados, O (The Dice Man)
– Luke Rhinehart (1971)
Eram os Deuses Astronautas?
(Chariots of the Gods: Was God An Astronaut?) – Erich Von Däniken (1968)
Confraria de Tolos, Uma (A Confederacy of Dunces) – John Kennedy Toole (1980)
Confissões (Confessions
) by Jean-Jacques Rousseau (1782)
Memórias e Confissões de Um Pecador Justificado (The Private Memoirs and Confessions of a Justified Sinner) – James Hogg (1824)
Dianética: a ciência moderna da saúde mental (Dianetics: the Modern Science of Mental Health) – L Ron Hubbard (1950)
Portas da Percepção, As (The Doors of Perception)
– Aldous Huxley (1954)
Duna (Dune)
– Frank Herbert (1965)
Guia do Mochileiro da Galáxia (The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy) – Douglas Adams (1979)
The Electric Kool-Aid Acid Test
– Tom Wolfe (1968)
Medo de Voar (Fear of Flying)
– Erica Jong (1973)
Mulher Eunuco, A (The Female Eunuch) – Germaine Greer (1970)
Nascente, A (The Fountainhead) – Ayn Rand (1943)
Gödel, Escher, Bach: um entrelaçamento de gênos brilhantes (Gödel, Escher, Bach: an Eternal Golden Braid) – Douglas R Hofstadter (1979)
Arco-Íris da Gravidade (Gravity’s Rainbow) – Thomas Pynchon (1973)
The Holy Blood and the Holy Grail – Michael Baigent, Richard Leigh and Henry Lincoln (1982)
I Capture the Castle by Dodie Smith (1948)
Se Um Viajante Numa Noite de Inverno (If on a Winter’s Night a Traveller) – Italo Calvino (1979)
João de Ferro (Iron John: a Book About Men) – Robert Bly (1990)
Fernão Capelo Gaivota (Jonathan Livingston Seagull
) – Richard Bach and Russell Munson (1970)
The Magus – John Fowles (1966)
Labirinto (Labyrinths
) – Jorge Luis Borges (1962)
Leopardo, O (The Leopard)
by Giuseppe di Lampedusa (1958)
Mestre e Margarida (The Master and Margarita
) – Mikhail Bulgakov (1967)
Sem Logo – A Tirania das Marcas em um Planeta Vendido (No Logo) – Naomi Klein (2000)
On The Road – Pé na Estrada (On The Road)
-Jack Kerouac (1957)
Medo e Delírio em Las Vegas (Fear and Loathing in Las Vegas) – Hunter S Thompson (1971)
Outsider, O (The Outsider)
– Colin Wilson (1956)
Profeta, O (The Prophet)
– Kahlil Gibran (1923)
The Ragged Trousered Philanthropists
by Robert Tressell (1914)
Rubáiyát (The Rubáiyát of Omar Khayyám)
– Edward FitzGerald (1859)
The Road to Oxiana
by Robert Byron (1937)
Siddhartha (Siddhartha) by Hermann Hesse (1922)
Sofrimentos do Jovem Werther (The Sorrows of Young
Werther) – Johann Wolfgang von Goethe (1774)
História de O (Story of O)
– Pauline Réage (1954)
Estrangeiro, O (The Stranger)
– Albert Camus (1942)
Erva do Diabo, A (The Teachings of Don Juan: a Yaqui Way of Knowledge)
– Carlos Castaneda (1968)
Testament of Youth
by Vera Brittain (1933)
Assim Falou Zaratustra (Thus Spoke Zarathustra) – Friedrich Wilhelm Nietzsche (1883-85)
Sol é Para Todos, O (To Kill a Mockingbird) – Harper Lee (1960)
Zen e a Arte de Manutenção de Motocicletas (Zen and the Art of Motorcycle Maintenance: an Inquiry into Values) – Robert M Pirsig (1974)

1 Aqui se faz uma alusão ao livro “O Apanhador no Campo de Centeio”, de J.D. Sallinger que, invarivelmente serve de inspiração para loucos assassinos como o cara que matou John Lennon por exemplo. No filme “Teoria da Conspiração”, o personagem de Mel Gibson fica monitorando as pessoas que compram este livro numa livraria.

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Este artigo foi criado a partir da livre tradução feita por mim do original 50 best cult book, que saiu no dia 25 de abril de 2008, no Telegraph da Inglaterra.

Caso você ache que isto é plágio, primeiro se informe, pois não se pode acusar alguém de ter plagiado sem antes ter conhecimento de causa.

Estas palavras se fazem necessárias pelo fato de eu ter sido acusado de plágio ao postar a tradução feita por mim de um artigo do New York Times, chamado You’re an Author? Me Too! de Rachel Donadio. Alguém, um desavisado, fez a acusação sem fundamentos porque, ao que parece, leu por alto uma outra tradução feita por uma pessoa de suas relações. Mas, se ainda pairarem dúvidas, sugiro a leitura de um artigo escrito por mim, em forma de poesia, chamado “Aos que gostam de plagiar“.

Confira nos links abaixo a série de artigos intitulada “Você é escritor? Eu também! – autores demais e leitores de menos”, que se trata da tradução feita por mim do referido artigo do New York Times.

Você é escritor? Eu também! Autores demais e leitores de menos – (1) Introdução

Você é escritor? Eu também! Autores demais e leitores de menos – (2)

Você é escritor? Eu também! Autores demais e leitores de menos – (3)

Você é escritor? Eu também! Autores demais e leitores de menos – (4)

 

19 comentários sobre “Cult Livros: os 50 melhores de todos os tempos

  1. Ah , mas o que é um cult livro para você?
    Para mim cada livro , considerando que um cult livro muda a visão de uma pessoa ou qualquer coisa parecida,é um cult livro, já que cada livro lido de acrescenta alguma coisa e te faz pensar(mesmo que o livro seja uma viagem).

    Adorei seu blog.

    Obs: te linkei , tá?

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  2. Amanda,

    certamente que cada um de nós vai dar o sentido de cult ou não para um livro. Nem mesmo os organizadores da lista chegaram a um consenso. Se o livro toca de alguma forma, logo ele pode ser um cult livro. Havendo outras pessoas que tiveram a mesma experiência, aquelas citadas pelos organizadores no texto, muito provavelmente este livro poderá ser considerado cult. Tudo vai depender da divulgação que se der entre as pessoas.

    Muito obrigado por suas palavras e fico contente por você linkar meu blog.

    Um grande abraço.

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  3. gosto de listas…embora elas naum me satisfaçam nem uns 50% digamos…mas creio q todos nós leitores cinéfilos colecionadores de selos ou seja lá do q for necessitamos de listas! eis um hábito de ontem de hoje e de sempre…viva a lista!…vivam as listas! salve scheendler!

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  4. Luis Carlos,

    Concordo com sua opinião sobre as listas, mesmo que sejam um tanto vazias, na verdade servem para que possamos nos balizar a respeito daquilo que trazem listado.

    Grande abraço.

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  5. Ser cult ou não é o menos importante, o que vale é a qualidade do livro. Qual deles o Senhor achou 1 bomba e qual achou realmente bom? O Senhor já leu todos? O único que li foi On The Road (Jack Kerouac) e achei ótimo.

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  6. Como está no texto do artigo, a escolha é subjetiva. Portanto, pode ser que agrade a muitos e desagrade a tantos outros. Não há uma fórmula, mesmo por que, ainda citando o texto do artigo, os critérios para a avaliação também contam com o fator emocional. Acredito que você tenha lido todo o artigo.

    Abraços.

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  7. Olá!
    É a primeira vez que entro nesse blog e tô adorando 🙂
    Poxa, eu só li um livro dessa lista dos cults(Assim falou Zaratustra).
    Mas acho que essa de “inspirar as pessoas” é muito relativo. Me inspiro muito mais lendo literatura nacional, principalmente Machado de Assis que é minha paixão.
    O que o livro nos acrescenta vai de cada um.
    Um abraço!
    p.s.: linkei seu blog, ok?

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  8. Olá, Natália.

    Fico muito contente por saber que você gostou do blog.
    Sim, cada livro pode ser lido de uma forma diferente por cada um de nós. Entretanto, há livros que marcam profundamente uma pessoa e, também, uma geração ou gerações.

    Vou linkar seu blog também. Estará em meus Blogs Bacanas.

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  9. Também concordo que o livro O MONGE E O EXECUTIVO deveria estar entre os melhores.

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  10. Não entendi essa lista, onde está Cervantes, Márques, Shakespeare, Tolstoi, Dostoievisk, Saramago, Kakfa …

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  11. Acho O Guia do Mochileiro das Galáxias (a série) genial. Um livro que recomendo para qualquer pessoa sensata.

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  12. Os 10 livros mais interessantes que li…
    O Mundo de Sofia,
    A viagem de Theo,
    Vivendo Buda Vivendo Cristo,
    Eram Deuses Astronautas,
    Saber cuidar Ética do humano-compaixão pela Terra,
    O povo brasileiro : a formação e o sentido do Brasil,
    O Ponto de Mutação ,
    Debate global sobre a Terceira Via,
    O Evangelho a luz do Cosmo,
    Ecologia e Socialismo

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